Caçula que copia o irmão
Da infância até a adolescência o comportamento baseado na imitação é bastante saudável pois também contribui na formação da personalidade da criança.
Entrevista cedida para o Vila Mulher sobre o tema:
Filhos mais novos que repetem os atos dos mais velhos
- Tem mesmo uma fase em que o filho mais novo quer seguir os passos do mais velho, mas qual o limite disso? Até que idade esse comportamento é aceitável?
Psicóloga: Da infância até a adolescência o comportamento baseado na imitação é bastante saudável pois também contribui na formação da personalidade da criança. Não existe uma idade especifica para que este comportamento deixe de existir ou até mesmo diminua, porém com a chegada da adolescência é comum os gostos mudarem, a forma de se vestir, de falar, etc, e a personalidade de cada pessoa vai sendo “moldada” com base nestas novas experiências também.
- Esse comportamento pode comprometer a formação da personalidade do filho mais novo?
Psicóloga: Quando feito em excesso o comportamento de imitação pode influenciar o processo de formação de identidade do filho mais novo, ou seja, acaba não identificando o que gosta ou não por estar sempre imitando o irmão mais velho. Isto pode acarretar conflitos no sentido de não se sentir uma pessoa diferenciada, espontânea , além de ter dificuldade de tomar decisões de forma independente.
- Como os pais devem lidar com isso?
Psicóloga: Os pais precisam saber que imitar é saudável principalmente na infância. Todos um dia já imitaram algum comportamento daquela pessoa que tem como referencia, seja pai mãe ou irmão mais velho. Acho importante que os pais valorizem estas imitações, até para que o filho mais velho tente sempre ser um bom exemplo para o irmão.
Porém tudo que é excesso merece uma atenção maior. No caso da imitação cabe interferir quando o irmão mais novo começa a ter interesses por assuntos que ainda não são pertinente a sua idade ( drogas, sexo, etc – experiências que normalmente aparecem na adolescência).
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Entrevista cedida para o Blog Pés Pro Alto da marca Lupo
Ciúmes do irmãozinho
Impacto na chegada do novo bebe
Muitos pais se preocupam ao planejar uma segunda gravidez, com medo do impacto que a chegada de um irmãozinho na vida do primeiro filho. Essa preocupação é exagerada?
Acredito que a palavra medo e preocupação possam ser exageradas. Assim como o segundo filho está sendo planejado é possível planejar também o preparo do 1º filho de forma que ele receba o irmão como algo bom, assim como está sendo para toda a família.
Se os pais tiverem medo da rejeição poderão passar, mesmo que de forma indireta e não intencional, a informação de que este irmão seria um “perigo” ao 1º filho. Podemos não perceber mas a postura dos pais e familiares ou palavras ditas de forma a dar a impressão de que há algo errado podem causar uma rejeição que não aconteceria caso o assunto fosse tratado com alegria e assim passando a informação de que o nascimento do novo membro da família é algo muito positivo.
Existe uma idade ideal do primeiro filho que facilite a aceitação da chegada do irmãozinho? Muitos pais pensam que o melhor é ter o segundo filho quando o mais velho ainda é pequeno para criarem os dois juntos. Isso é aconselhável?
Não há regras. Dois irmãos podem ser muito felizes juntos se tiverem a mesma faixa de idade assim poderão compartilhar os mesmos interesses, ou se tiverem faixas de idade diferentes também poderão ser felizes com um sendo o “professor” do outro o orientando e protegendo.
O que causa problemas pode não ser a diferença de idade mas talvez a falha na orientação da família para que estes irmãos se deem bem.
Durante a gravidez, que cuidados os pais podem tomar para evitar a rejeição do filho mais velho? Devem conversar? Explicar sobre a chegada do irmãozinho? Como deve ser esta preparação?
Normalmente conversamos com nossos filhos desde que sabemos que estamos grávidos, também conversamos com amigos e familiares sobre tudo o que os alegra principalmente sobre uma nova gravidez. Porque deveria ser diferente com o filho mais velho? Podemos conversar sobre a chegada do irmão desde o 1º dia com a mesma alegria que contamos aos amigos.
Pense bem, se alguém chamar um amigo para conversar e disser que tem um assunto importante e falar isso com um semblante fechado, com certeza esse amigo imaginará que esta pessoa está com problemas. Da mesma forma o filho mais velho perceberá que o assunto trata de algo agradável e positivo conforme o tom natural com que os pais conversarem com ele.
Portanto, não deve haver “cuidados” deve haver naturalidade, descontração e alegria.
Ao chegar perto da hora do parto, como lidar com o filho mais velho? Ele deve ir à maternidade?
Não há regras, se ele comparecer à maternidade poderá receber a explicação sobre o que irá ocorrer, se não for também poderá receber explicações sobre o porque de ficar em casa, pois alguns hospitais não aceitam a entrada de crianças ou seja lá qual motivo de não ter ido junto.
Mais importante do que palavras é o tom de voz que deixa claro que ele está sendo incluído, que ele faz parte desta família que está maior e que será muito divertido ter mais gente na família.
Se for a fase de desfraldar o primeiro filho, é melhor esperar pelo nascimento do irmão? Pode haver algum tipo de regressão após o nascimento se isso for feito antes?
Costuma-se orientar a não desfraldar em momentos de mudanças tais como inicio de escola, separação dos pais, etc. Sendo assim aconselha-se programar o desfralde para outro momento.
Depois do nascimento e da adaptação à nova rotina, como lidar com as birras do filho mais velho? Ouvi alguns pais que se queixam que o filho não quer mais comer, por exemplo, faz manha para ir à escola, começou a morder os amiguinhos na creche, bate nos pais, voltou a fazer xixi na calça... O que fazer? A senhora poderia dar umas cinco ou dez dicas para os pais passarem por esta fase com sucesso, sem traumatizar o filho mais velho?
Crianças fazem este tipo de birra independente de ter irmão mais novo surgindo no panorama familiar. O importante é não considerar que tudo o que acontece com o mais velho como reflexo de insatisfação pelo surgimento do irmão.
Não darei cinco dicas mas darei uma que acredito valer por cinco: Não considerem que toda criança vá competir com irmão mais novo, a predisposição dos pais em ver esta competição pode iniciar a rivalidade. Há outras situações que “roubam” a mãe como seus afazeres de casa, seu trabalho, amiga ou manicure. Tudo o que afasta a mãe da criança pode ser uma ameaça e nem por isso as crianças odeiam as manicures das mães, porque? Porque as mães não estão predispostas a ver competição e agem com tanta naturalidade que o resultado também fica natural
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Entrevista cedida para Revista Crescer - Ed Globo
Crianças aptas para tomar decisões
- A partir de quando as crianças começam a tomar suas próprias decisões, mesmo que pequenas como escolher as roupas ou os sapatos que usar?
Psicóloga: Não existe uma idade igual para todas as crianças, mesmo porque estas decisões quanto ao que usar são apenas uma extensão de outras decisões mais instintivas que as crianças tomam desde recém nascidas, como por exemplo a caretinha que fazem ao sentir um gosto estranho quando colocam algo na boca – esta rejeição ao sabor desconhecido já é uma escolha.
As escolhas mais conscientes e menos instintivas variam de acordo com o que os pais oferecem de oportunidade para aceitar ou rejeitar elementos do dia a dia como brinquedos, posição, etc. Quanto mais os pais oferecem alternativas quando a criança demonstrar insatisfação a um elemento mais esta criança está sendo treinada para avaliar opções e escolher uma.
- É importante que isso aconteça desde cedo? Por que?
Psicóloga: Sim, é importante. Às vezes pode ser que os pais não ofereçam opções para seus filhos com medo de os deixarem mimados, pois há uma cultura de que os filhos tem que obedecer aos pais e não terem suas próprias preferencias. Claro que pode ser mais difícil administrar uma criança cheia de vontades do que uma subserviente.
- Por que é benéfico para elas aprender a tomar decisões? Como isso pode ajudar no futuro?
Psicóloga: A criança que foi treinada a identificar suas preferencias e a lutar por elas pode ter mais chance de ser um adulto proativo e produtivo.
- De que maneira os pais podem estimular ou ajudar que as crianças façam suas próprias (boas) escolhas sem pressão?
Psicóloga: Oferecendo opções, explicando as vantagens e desvantagens de cada uma delas e mostrando que a cada escolha implica em abrir mão de outra coisa.