TDAH
O distúrbio de atenção é o sintoma normalmente percebido pelos pais e professores, na realidade a característica principal é a hiperatividade mental.
Entrevista cedida para revista Alô Bebe
Comportamentos típicos do distúrbio de atenção?
Psicóloga: O distúrbio de atenção é o sintoma normalmente percebido pelos pais e professores, na realidade a característica principal é a hiperatividade mental. Em algumas crianças esta hiperatividade mental se traduz em hiperatividade física, ou seja, falamos daquela criança com “bicho carpinteiro”, não para quieta, pula, cai, se machuca, corre, etc. Em outras crianças esta hiperatividade seria mais mental, ou seja não é tão visível para quem convive com ela mas sua cabeça está sempre longe, pensando mil e uma coisas. Tanto os hiperativos físicos como os mentais podem ser distraídos, pois com tanta coisa acontecendo em suas cabeças ao mesmo tempo o que ocorre ao seu redor acaba sendo perdido. E é nesse ponto que estas crianças deixam suas mães e professores apreensivos, pois necessitam de repetir a informação pois a criança não memoriza, esquecem seus pertences por tudo quanto é lugar, estão com a cabeça longe quando falam com eles, podem ter notas baixas, apesar de bom nível de inteligência, muitas vezes se mostram chateados consigo mesmos, e pode até levar à depressão, pois percebem que outras crianças são mais produtivas e levam menos bronca de seus pais e professores.
Quanto mais cedo o diagnóstico melhor?
Psicóloga: Quanto mais cedo melhor, mas pode ser mais difícil de constatar o TDAH em crianças com menos de 7 anos, pois a falta de foco pode ser uma característica infantil. Tem pessoas que só conseguem identificar o porque de serem assim depois de adultos.
Cura para o TDAH?
Psicóloga: Não gosto de falar em cura pois não se trata de uma doença, e sim de um quadro com suas características. Esta pessoa tem um cérebro “sem freio”, com dificuldade em pensar em um assunto de cada vez. Acredito que seja possível ter uma vida normal quando treinamos novas atitudes necessárias.
Causas do TDAH
Psicóloga: As causas são genéticas. Normalmente o portador de TDAH tem também pais, tios, avós com este quadro. Quem tem este perfil genético tem uma falha no desenvolvimento que impede a “internalização da conversa” – explicando: quando uma criança tem até 6 anos ela fala tudo o que faz, se está brincado de carrinho vai “irradiando” cada passo da brincadeira. A partir dessa idade ela passa a internalizar a conversa, ou seja, não fala mais em voz alta mas passa a conversar internamente (com ela mesma). Esta conversa interna facilita o foco, ajuda a pensar em um assunto de cada vez e fazer isso de forma bem feita e bem elaborada. Mas a criança com TDAH pula essa fase e não elabora a conversa interna fazendo com que todos os assuntos tentem manter-se ao mesmo tempo na cabeça, como isso não é possível ele perde a capacidade de distinguir o que é importante e se perde em detalhes.
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Autismo X TDAH
Psicóloga: O autismo é a incapacidade de relacionamento interpessoal e com complicações emocionais. Pode ser que em algum ponto possa ser parecido com o TDAH, pelo fato de ter um universo interno muito pessoal, mas as diferenças são grandes. O tratamento para o TDAH poderá ser diferente do tratamento para autismo.
Como os pais podem ajudar os seus filhos portador do TDAH
Psicóloga: Pode-se dar limites e ensinar organização, mas sempre entendendo que para esta criança as coisas são mais difíceis do que seria para as outras. Deve-se perguntar ao psicólogo qual deve ser a atitude para esta criança em particular pois mesmo estando no mesmo quadro de TDAH cada uma tem suas características próprias.