Perda, Separação e Divórcio
Divorcio pode significar perda, mesmo para a pessoa que teve a iniciativa no processo de separação pode ser exigido uma dose extra de capacidade de adaptação à novas situações.
Separação, divorcio, pode ser uma experiência altamente estressante e, sendo assim pode surgir como resposta a este estresse sequelas como depressão, ansiedade, síndrome do pânico, hostilidade, medo, raiva, abuso de álcool ou drogas - dependência química , etc.
Vejo a perda como uma experiência humana universal, mas algumas pessoas podem estar despreparadas para a perda do amor.
As pessoas podem se apegar fortemente uma as outras, e independente de haver amor, quando se mantém alguém por algum período em sua vida esta pessoa pode percebe-la como fazendo parte até de sua identidade, mesmo que seja um relacionamento destrutivo. O grau de dificuldade aumenta quando há filhos, pois nestes casos não se costuma romper definitivamente o relacionamento pois haverá questões a serem discutidas.
Além disso, casais gays e lésbicas podem enfrentam dificuldades adicionais justamente por estarem em um cultura onde ainda há preconceitos quanto às relações homossexuais.
Grandes perdas
Perder dinheiro, perder bens materiais podem causa sofrimento mas perder pessoas costuma ser ainda mais dolorido. Quando falamos em perder pessoas estamos falando de todo tipo de perda, da pessoa que você perdeu por morte, por mudança, ou quando a própria convivência vai morrendo.
Toda perda pode provocar sofrimento, mesmo quando se refere às perdas materiais, muitas vezes essas perdas representam a vida da pessoa. Por exemplo, a pessoa que perdeu sua casa pode sentir que perdeu a referência de si mesmo pois nossa casa é nosso porto seguro, nosso lugar de acolhimento.
Tipos de perdas
Existem vários tipos de perdas. Nós nos perdemos continuamente em nossa própria vida, por exemplo: perdemos a infância - quem é que não tem saudades da infância, precisamos deixá-la para trás para entrar no ensaio da vida adulta que é a adolescência; perdemos de um estilo de vida com a aposentadoria, etc.
Na síndrome da esposa do marido aposentado a esposa perde seu "castelo",sua casa tem que ser compartilhada do dia a dia com o marido que antes só chegava à noite.
Mesmo perder coisas ruins pode ser difícil. Deixar para trás um marido que só trazia transtorno pode tratar-se da perda de uma rotina conhecida.
Qual a pior perda?
Eu acredito que cada um tenha seus valores e com isso cada qual tenhas dores e sentimentos diferentes, talvez de todas as perdas a morte de um ente querido pode representar a mais dolorida para a maioria das pessoas, pois é uma perda sem qualquer possibilidade de retorno, pelo menos físico.
Por isso pode ser importante trabalhar a aceitação desta pessoa que perdeu alguém querido, mesmo porque muitas culturas consideram que o carinho que cada um tem pela pessoa que faleceu é diretamente proporcional ao tanto que esta pessoa está sofrendo com a morte.
O interessante é que vejo em algumas pessoas mais medo da morte de uma pessoa querida, amada do que da própria morte.
Resiliência x Perdas
Resiliência é um termo da engenharia e significa a capacidade de uma construção em suportar as chuvas, o sol, o vento, sem cair nem rachar. Esse termo se encaixou muito bem no comportamento, pessoas com capacidade de lidar bem com as intempéries da vida, com as perdas são as pessoas resilientes.
Aceitação
Eu gosto muito de falar sobre aceitação. As pessoas confundem aceitação com estar conformado. Aceitar não é se conformar, não é passar a gostar do que aconteceu, não é concordar com o que aconteceu. Aceitar é combinar com você mesmo que você não vai mais entrar nessa briga interna a respeito do acontecido e vai tocar a bola pra frente. Por exemplo, perdeu o namorado, levou um fora, doeu muito, mas percebemos que a pessoa aceitou esse fora na hora que ela deixa esse ex para trás e vai tocar sua vida, vai trabalhar com gosto pelo trabalho porque namorado não tem nada a ver com seu trabalho, trabalho é outra parcela da sua vida e não merece ser contaminado pela dor da perda do namorado. E quando você aceita esta perda você não passou a gostar do que aconteceu, é como que se você tivesse combinado com você mesmo que você não vai mais entrar nessa de deixar sua vida cair porque o namorado te deu um fora, você vai combinar com você mesmo que sua vida é mais do que uma pessoa nela, sua vida tem lugar para muitas pessoas, e nem falo de muitos namorados, falo de pessoas de todos as áreas da sua vida.
Dores da perda
A perda pode doer tanto emocionalmente como a dor fisica da dor de cabeça, de barriga, etc. Para alguns perda é como se fosse um roubo, a pessoa se sente roubada, tiraram algo dela e ela esta vulnerável, impotente.
Com a perda as pessoas podem sentir raiva, medo, culpa, todo tipo de sofrimento.
As pessoa podem passar algum tempo ruminando “E se eu não tivesse ido lá naquela hora... e se eu não tivesse dito tal coisa... ou e eu tivesse dito alguma coisa ”.
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Os casais tem desistido mais fácil de lutar contra os problemas?
Vejo que hoje algumas pessoas casam com a “carta na manga” da separação – sem considerar que todo relacionamento pode exigir dedicação e esforço. Não sei se a cultura do mínimo esforço impera, mas devemos perceber que tudo o que vale a pena pode dar trabalho, ser cultivado todos os dias e quando surgem problemas leves há muitas outras formas de lidar com ele do que simplesmente se livrar do casamento.
O divórcio já está, a certo ponto, sendo banalizado?
Vejo que se compararmos com outras épocas parece que saímos de uma exagero e caímos em outro. Antigamente não havia separação por mais problemas que o casal passasse, a esposa poderia amargar traições, abusos, mas tanto a sociedade condenava a separação, e discriminava a mulher separada, pois ela dificilmente teria recursos para sobreviver sem o marido.