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Opinião dos outros

Devemos dar atenção às opiniões dos outros?

Entrevista cedida para Portal Vital da Unilever

Devemos dar atenção às opiniões dos outros?

1- Por que as pessoas dão tanta importância para a opinião dos outros?

Psicóloga: As pessoas podem sentir necessidade de aprovação. Acredito até que possa fazer parte de nosso instinto de sobrevivência e de nossa evolução, o homem primitivo que conseguiu se integrar e ser aceito pelo grupo, obteve mais recursos e apoio para sobreviver, com isso conseguiu deixar descendentes, que somos nós, eu você e o leitor, trazemos este mesmo instinto de estar atento ao que pensam de nós.

2- Dar atenção a opinião dos outros é um sinal de insegurança?

Psicóloga: Quando a necessidade de aprovação for intensa pode ser que signifique insegurança. Quanto mais segura a pessoa menos necessidade poderá ter em obter informações sobre o que pensam de seu comportamento, sua roupa, seu carro. Mas vale ressaltar que para tudo na vida é necessário equilíbrio, uma pessoa que não se incomoda absolutamente nada com o que pensam dela pode se tornar inconveniente e talvez perder amigos.

Psicologo para opiniao

3- A garota que troca de roupa porque seu namorado considera o look feio, está errada?

Psicóloga: Este limite do equilíbrio pode ser muito sutil e subjetivo. A garota que troca de roupa quando percebe que demonstrar que a opinião do namorado é importante poderá trazer benefícios para a relação, mas se ela perceber que troca de roupa passa uma mensagem do tipo “Ok, você é meu dono e determina até a roupa que eu uso” poderá trazer elementos nocivos para o relacionamento.

4- O filho que desiste de suas escolhas (namorada, faculdade, etc...) porque os pais são contra sua decisão, está agindo de maneira errada?

Psicóloga: A opinião dos pais pode ser positiva, acredito que na maioria das vezes o sentimento dos pais seria de desejo de bem estar a filho. Acredito que ouvir a opinião dos pais possa ser interessante caso ele considere esta opinião como uma informação a ser considerada e no final tome sua própria decisão. Creio que a decisão consciente pode ser mais positivo para uma pessoa do que simplesmente acatar opiniões alheias sem a elaboração pessoal.

Por outro lado existem pais que não percebem que filho passa por etapas de amadurecimento da independência, e desrespeitar etapas por insegurança ou dependência dos pais pode prejudicar o amadurecimento destes filhos.

5- Até que ponto é interessante ouvir e atender os outros? Como saber se é hora de concordar ou se é o momento de seguir com sua própria opinião, desconsiderando a dos demais?

Psicóloga: Ouvir outras pessoas pode ser interessante, mas para atender ao desejo do outro deve haver sempre alguma deliberação. Atender dicas e conselhos pode ser positivo quando avaliar estas dicas e tomar a decisão pode si mesmo. Outras pessoas podem colaborar conosco, nossa riqueza de cognições, pensamentos, informações vem do quanto somos permeáveis a mundo externo, mas estas ideias deixam de ser do outro e passam a ser nossas quando avaliamos uma por uma e chegamos a nossa própria conclusão, que pode ser igual, pode ter nuanças diferentes ou pode ser totalmente oposta ao que foi sugerido inicialmente.

6- Por favor, fique a vontade para fazer outros comentários e explicações que julgar importantes sobre este tema, ok?

Psicóloga: Ser dependente da opinião do outro pode dar uma certa sensação de conforto, de não errar (pois se você já está acatando o que o outro disse para fazer parece que há uma garantia de que não será criticado). Devemos ter em mente que não existe uma resposta única e perfeita para nada na vida. Ontem foi lindo usar calças boca de sino hoje pode ser considerado brega. Quem está certo? Talvez todo mundo ou ninguém. O importante seria avaliar a necessidade de tentar a perfeição ou a verdade incontestável. Muito mais saudável seria treinarmos nossa resistência para lidar com as opiniões divergentes.

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Marisa de Abreu Alves | Psicóloga CRP 06/29493

*O material deste site é informativo, não substitui a terapia ou psicoterapia oferecida por um psicólogo.