O que é automutilação e o que fazer para ajudar?
Entenda um pouco mais sobre o que é automutilação e como você pode ajudar quem está passando por esse problema.
Quando dizemos que a pessoa se “automutila” queremos dizer que ela mesma se corta ou provoca uma lesão ou ferimento, às vezes de maneira compulsiva.
A automutilação é um comportamento que envolve a dor e o significado dessa percepção para a pessoa que a busca ativamente.
Diferente de alguém que se machuca num acidente, a pessoa que que causa ferimentos em si mesma busca essa sensação dolorosa ou algum de seus efeitos.
E essa costuma ser uma demanda por alívio, mesmo que isso soe paradoxal para muitos de nós.
O que é automutilação na prática?
A automutilação ou cutting, em inglês, é uma prática que pode ser muito comum para adolescentes de diferentes idades e contextos sociais.
O destaque é que as meninas geralmente são a maioria dessa população.
O ato de provocar dano a uma parte do meu corpo sem intenção de tirar minha vida é um comportamento autolesivo que chamamos de automutilação.
Essa é a definição internacional apoiada pela Sociedade Internacional para Estudos de Comportamentos Autolesivos para definir o que é automutilação.
Esse ato de se cortar pode aparecer também como pressão do grupo para se adequar a uma certa turma, para não se tornar impopular, por exemplo.
Além de se autolesionar, outro comportamento comum é evitar o contato social e usar roupas e acessórios que cubram as marcas deixadas pela automutilação.
Então o que é automutilação também envolve culpa e vergonha.
Sinais de alerta para o que é automutilação
O que é automutilação senão um sinal de alerta?
Os adolescentes que se cortam, e são o grupo onde isso ocorre com maior frequência, podem desenvolver hábitos específicos.
Ligada a automutilação a pessoa pode começar a se isolar do convívio social, passar a maior parte do tempo em seu quarto, e pouco interagir com familiares e amigos.
Isso pode estar ligado a baixa autoestima e a presença de pensamentos negativos sobre si, o futuro, o mundo e as pessoas.
A automutilação pode ser o prelúdio ou alerta de transtornos mentais como transtorno de personalidade borderline, transtorno obsessivo compulsivo, transtorno de personalidade ansiosa e outras síndromes.
No pior dos casos o desfecho da autolesão pode ser o suicídio.
Causas da automutilação
Podemos olhar para a automutilação como uma resposta mal adaptada para lidar com a frustração, a ansiedade e outros sentimentos desafiadores.
Envolta numa atmosfera de preocupação e angústia a pessoa se fecha cada vez mais buscando alívio físico para as dores emocionais.
Essa reação, o ato de se ferir, é um sintoma de que a pessoa está com dificuldades de responder adequadamente a alguma frustração ou outra questão trazida pelo ambiente.
Num momento como o da adolescência em que o próprio corpo passa por transformações fantásticas, nossa percepção do mundo e das relações pessoais também está se transformando.
Nos tornamos maduros o bastante para que nossa perspectiva sobre a vida e o futuro se aprofunde imensamente e isso pode ser causa de uma sensação de angústia e desespero que envolve nossa identidade e expectativas com o amanhã.
Por outro lado, a automutilação pode ser uma tentativa de autopunição. Isso ocorre geralmente quando se tem uma autoestima muito baixa e a pessoa se vê como um fardo para os outros.
A tentativa de sentir algo, como uma reação a um entorpecimento pode fazer o jovem buscar a dor da autolesão para provocar alguma resposta.
A complexidade do que é automutilação
Essa angústia e o entorpecimento que podem ser vistos como causas para a automutilação podem ter origem de diferentes locais.
O bullying e o cyberbullying (que ocorre pela internet) são fatores que desencadeiam as crises de auto lesão.
Cuidadores negligentes ou ausentes, bem como o contexto social de violência ou incerteza econômica e social, como o que vivemos atualmente no Brasil, podem compor o cenário para o surgimento da automutilação.
É um complexo de fatores que se relacionam ao longo do tempo e podem ser trazidos a um limite perigoso cujos sintomas incluem automutilação.
O que fazer para ajudar?
Pais, educadores e cuidadores devem se preocupar em ensinar os adolescentes a lidarem com frustrações e conflitos sem causar dor a si mesmos e a outras pessoas.
Aprender a lidar com as dificuldades do cotidiano, e que tendem a se complicar ainda mais conforme amadurecemos, sem poupar as crianças e os jovens de entrar em contato com o desafio de enfrentar situações novas e difíceis pode ser uma resposta mais adaptativa e saudável para a família em geral.
Além disso, os responsáveis e os próprios jovens podem buscar ajuda profissional de um psicólogo para aprenderem a lidar com a tensão emocional.
Há diversas técnicas e dinâmicas terapêuticas que podem ajudar a lidar com a automutilação e suas causas.
Redução de danos
Uma das opções para lidar com a automutilação é buscar alternativas que reduzam o dano à pessoa.
Provocar uma dor com um esparadrapo ou um beliscão em si mesmo pode ser uma saída emergencial para aquelas pessoas que não conseguem parar de se cortar.
A ideia do esparadrapo é que a pessoa use a fita adesiva numa parte sensível do corpo, como a parte interior das coxas, ou um local com pelos e que quando o adesivo for retirado lentamente provocará dor sem causar danos.
Busque ajuda profissional
Por conta da complexidade do que é automutilação é indicado que se busque ajuda especializada para orientação e tratamento adequados.