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Como saber se você sofre de alguma neurose?

Você talvez já tenha se perguntado se é neurótico(a) em algum momento da vida. Que tal saber mais sobre o que é e como reconhecer uma neurose?

 Nossa cultura está repleta de referências a neurose e neuróticos. O filme “Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos”, de Almodóvar, por exemplo, pode remeter alguns de nós à ideia de neurose e suas manifestações.

O conceito de neurose já foi utilizado para se referir a muitos transtornos e síndromes diferentes ao longo do tempo, mas atualmente parece restrito às práticas clínicas psicanalíticas e a suas referências teóricas.

A neurose já ficou muitas vezes relacionada a um discurso normativo e até mesmo sexista, quando se referia no início do século XX às histéricas, por exemplo.

No entanto, atualmente pode ser alvo de preconceito e mal-entendidos.

Veremos um pouco como se deu essa evolução para compreendermos melhor a neurose.

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Neurose e suas origens

Qual o conceito de neurose?

Sabemos que desde o século XVIII o termo neurose é utilizado para se referir a “desordens dos nervos", mas foi durante a Primeira Guerra Mundial que discussões a respeito das origens traumáticas do termo neurose, promovidas por Freud, colocaram em evidência este diagnóstico.

Freud teorizou que na origem das neuroses muitas vezes estavam traumas que marcam a pessoa psiquicamente, fazendo com que o choque fosse revivido durante o dia e mesmo em sonhos e outros momentos em que a consciência estivesse rebaixada.

De outro lado, a neurose era colocada como uma fixação em alguma fase de desenvolvimento infantil, fazendo a pessoa reagir consigo e com os outros de maneira estereotipada, alienada do contato mais amplo com o outro e consigo mesma.

Esses comportamentos eram vistos como tentativas de equilibrar tensões internas, relativas ao modo de perceber estímulos do mundo à sua volta e integrá-los na sua consciência.

A neurose era relacionada a um estado constante de sofrimento associado a frustração, angústia, rigidez emocional e sentimentos de inadequação.

Neurose para psicanálise

Para a psicanálise a neurose é além de um quadro psicopatológico um modo de estruturação da personalidade.

Tudo tem origem na teoria psicossexual de Freud que liga a energia vital de cada um de nós a “pulsões”, que seriam- grosso modo- impulsos inconscientes que nos guiariam na vida de modo a buscar prazer enquanto evitamos o desprazer.

Na sua relação com o mundo a pessoa neurótica tende a construir narrativas internas fantasiosas que ajudam a compensar marcas essenciais deixadas pelo processo de amadurecimento, sobretudo o complexo de Édipo.

Diz-se que na estrutura neurótica de personalidade a libido, a energia psíquica, é investida em objetos fantasiosos e não em objetos reais.

A neurose atualmente

O que é ser neurótico?

A neurose como distúrbio psíquico já não faz parte dos manuais diagnósticos mais utilizados.

Ao invés de neurose, que funcionava como um grande guarda-chuva de adversidades mentais e emocionais, hoje temos transtornos afetivos, transtornos dissociativos, transtornos conversivos, a hipocondria e a somatização, entre outros quadros que substituem a ideia de neurose fóbica, neurose ansiosa etc. de maneira mais específica.

A frustração e rigidez presente nas relações interpessoais e insatisfação constante eram um traço importante dos neuróticos no tempo de Freud.

Ademais, ser neurótico também é um modo de estar no mundo, de lidar com os outros e as exigências da vida. A pessoa neurótica, enquanto representante de tal estrutura psíquica, está sempre criando “castelos imaginários”.

Acredita-se que a pessoa neurótica, nas suas tentativas de adaptação, possa recorrer a mecanismos de defesa (inconscientes) que visam a reequilibração de sua energia interna e que são marcas deste tipo de personalidade.

Comportamentos obsessivos- e não patológicos como no Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC)- ou ruminações (ficar pensando sobre um momento passado da própria vida por muito tempo), são algumas das ações em que podemos reconhecer tal estrutura.

É preciso lembrar que a maioria de nós costuma carregar algumas dessas atitudes, o que faz de nós, em grande medida, neuróticos.

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Neurose tem cura?

Como vimos, a neurose pode ser patológica ou relativa a um tipo de personalidade em que muitos de nós se reconhece.

Mesmo se não tivermos um tipo de transtorno que poderia ser taxado de “neurose” no passado, e que agora tem seus diagnósticos bem definidos segundo o sistema de normalidade operacional de doenças psiquiátricas, podemos sofrer com ações e pensamentos que nos desconectam do nosso eu.

A fixação em pensamentos e comportamentos podem impactar nossa rotina e nos impedir de fazer o que de fato nos faria felizes.

Assim, psicoterapias como a terapia cognitiva comportamental, a psicanálise e outras, cientificamente validadas, podem ser de grande ajuda.

Quem trata neurose?

Chegamos então a uma questão importante: quem trata de neurose?

Psiquiatras e psicólogos(as) podem diagnosticar e conduzir o tratamento para as mais diferentes "neuroses".

Independente da abordagem técnica ou teórica, um(a) profissional habilitado(a) de saúde mental poderá lhe ajudar a enfrentar as dificuldades trazidas por qualquer transtorno mental, desde o mais leve até o mais incapacitante.

Por isso, entre em contato conosco e agende sua consulta para tirar suas dúvidas e encontrar apoio para superar qualquer dificuldade.

 

Referência

DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Artmed Editora, 2018.

Consulte um psicólogo
Marisa de Abreu Alves | Psicóloga CRP 06/29493

*O material deste site é informativo, não substitui a terapia ou psicoterapia oferecida por um psicólogo.

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