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Fui traída e agora?

Esta é uma perguntas comum referente a traição

 

É comum o psicólogo receber em seu consultório pessoas que sentem necessidade de ajuda emocional em momentos como este. Alguns sentem-se sem rumo quanto ao que pensar e sentir sobre si mesmo, e sobre a pessoa que o traiu.

A traição pode ser muito dolorida, para alguns significa uma perda com sentimentos próximos aos luto, desamparo, auto estima rebaixada, raiva, desejo de vingança, etc. Há quem classifique os sentimentos por fases, por exemplo: susto (pelo inesperado), raiva, dó de si mesmo, etc.

Mas eu nunca percebi na pratica que os sentimentos venham na mesma ordem para todas as pessoas, e nem todas as pessoas passam por sequencias de sentimentos, alguns sentem apenas raiva, outros culpam a si mesmos, etc.

Psicologo para atender quando fui traidaQuem é o culpado pela traição?

Procurar culpados pode implicar em busca de punição. Eu já passei por momentos de considerar que a culpa seria da pessoa que traiu, mas com o acumulo de experiencias percebi que talvez não seja interessante procurar culpados. Alguns consideram uma certa similaridade entre traição e crime. Com certeza a traição pode machucar muito a pessoa traída, e assim tendemos a considerar que tudo o que causa danos às outras pessoas deveria ser proibido. Então deixo esta questão para pensarmos: a pessoa que traiu deveria ser punida? Seria produtivo mantermos o foco em punição, pois pode soar também como desejo de vingança, não estaríamos priorizando o foco no que o outro fez quando, talvez, ao invés de focarmos a possibilidade em se reestruturar?

Porque fui traído?

Esta pergunta está muito próxima da anterior, mas também pode significar que quem a faz gostaria de saber se, de alguma forma, colaborou para que a traição ocorresse. Normalmente quem quer saber porque foi traído gostaria de identificar algumas possibilidades como por exemplo se o outro não nutre sentimentos suficientes, e neste caso poderia achar que se o outro não gosta tanto assim talvez seja porque ele não mereça um amor suficiente para manter exclusividade no relacionamento. Ou imagina que foi traído porque surgiu alguém muito mais interessante e merecedor de atenção. Ou passa a duvidar do caráter desta pessoa, que até então, sempre lhe pareceu acima de qualquer suspeita. Enfim, questionar o porque pode levar a uma infinidade de possibilidades que muitas vezes inclui entender toda uma dinâmica emocional e psicológica de outra pessoa, mas será que isso seria possível? Não seria mais interessante parar de se autodepreciar e conhecer-se melhor?

E agora?

Gosto desta pergunta, pois parece que reflete muito mais a disposição em entender a si mesmo e buscar novas alternativas. Talvez focar em si mesmo pode ser mais interessante. Entender como seus valores estão, o que prefere priorizar em sua vida daqui por diante? Talvez seja o momento de perceber o quanto podemos, ou não, interferir nos comportamentos e sentimentos de outra pessoa. Normalmente a traição traz muito sentimento de impotência, pois costuma-se pensar nas coisas que imagina que teriam evitado a traição. Mas será que podemos prever algo assim?

Talvez seja o momento de olhar para si mesmo e compreender que um relacionamento é apenas uma fatia de sua vida, pode ser que haja outras pessoas tais como filhos, irmãos, pais, avós, amigos, que também preenchem seu coração. Outras "fatias" da vida podem ser a profissão, um hobby, religião, cursos, etc. Talvez seja esta a oportunidade de perceber que pode ser interessante não "colocar todas as fichas" apenas no quesito relacionamento. Talvez seja o momento de perceber que podemos nos construir a cada dia com cada experiência.

Perdão: perdoar ou não?

Esta é uma pergunta sem resposta definitiva para todos as pessoas. Cada qual poderá avaliar o quanto pode ser interessante romper ou não este relacionamento. Talvez haja pessoas que até considerem a possibilidade de não perdoar mas também não romper o relacionamento, talvez criem um sistema de mudança na forma de encarar o relacionamento. Cada um poderá avaliar o que funciona para si. A ajuda emocional pode incluir esta análise. Entender o que significa perdoar, normalmente perdoar não significa permissão para que a outra pessoa continue traindo, mas uma segunda chance.

Como saber quem merece segunda chance e quando? Também será muito pessoal. Talvez seja uma destas oportunidades para aceitarmos que nem tudo na vida pode ter respostas definitivas. Falar na possibilidade de manter bom relacionamento perdoando significa tentar prever comportamentos, mas o ser humano pode ser muito complexo. Talvez faça parte desta decisão a inclusão da aceitação do risco tanto em fornecer a segunda chance como em não fornecer.

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Consulte um psicólogo
Marisa de Abreu Alves | Psicóloga CRP 06/29493

*O material deste site é informativo, não substitui a terapia ou psicoterapia oferecida por um psicólogo.

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