Erros - lidando com eles
Quem nunca errou?
Quem nunca passou por alguma situação onde acabou falando: “Onde é que eu estava com a cabeça?” “Como é que eu fui me meter nessa confusão?” “Porque eu disse isso?” ou “Porque eu não disse nada?”. São as frases típicas que podem ser ditas depois de ter percebido um erro.
Podemos errar pelo que fizemos e pelo o que não fizemos também. Por exemplo, não dizer "eu te amo" para alguém querido quando teve oportunidade.
Sentimento de erro pode aparecer em situações as quais não imaginávamos, por exemplo quando sai para um passeio e volta arrependido: “Porque é que eu fui sair de casa gastar dinheiro, gastar meu tempo, não me diverti”. Ou outro erro: “Porque eu deixei aquela pessoa falar daquele jeito comigo?” ou “Porque eu não consegui falar com aquela pessoa? Agora perdi minha chance”.
Onde começa o erro?
Eu venho observando este sentimento de ter errado e percebi que antes de alguém errar pode ter havido um pensamento, uma ideia que tenha servido de gatilho. Algo que passa na cabeça tanto pode bloquear boas atitudes como fazer alguem agir descontroladamente e cometer enganos.
Principalmente os erros de julgamentos. Ao errar é possível que tenha julgado a si mesmo ou aos outros de uma forma equivocada. São erros quanto a interpretação de algo que tenha ocorrido. Exemplo: Quando pressupõe-se que alguém não gosta de você, e isto faz você se afastar dessa pessoa para depois perceber que perdeu uma boa chance de ter uma pessoa maravilhosa do seu lado.
A nossa percepção pode ser muito mais falha do que gostamos de pensar. Tem gente que abre mão de uma promoção no trabalho porque acha que não vai conseguir lidar com os colegas de trabalho que passarão a ser subordinados e, talvez erre por achar que não dará conta e não aceita a promoção.
Erros de percepção podem provocar dor emocional, e é essa dor que faz você tomar atitudes que podem causar arrependimento. Arrependimento pelos "sapos engolidos", por ter comido além da conta , por não ter segurado seus impulsos e até por não ter seguido sua intuição, etc.
Alguns sentimentos podem surgir em decorrência de erros cometidos: ansiedade, raiva, tristeza, culpa, estresse, etc.
Diminuir as possibilidades de erros?
Será que tem como errar menos? Eu acredito que não seria útil o empenho em eliminar os erros de forma definitiva. Faz parte do ser humano atuar de modo que em algum momento acredite que errou, algumas vezes percebeu que houve um aprendizado com este erro, outras vezes percebeu que o que considerou erro naquele momento pode ser visto com mais clareza e no fim não foi um erro. Talvez o que possa ser feito seria algo no sentido de agir com um pouco mais de consciência no que estamos fazendo. Talvez o caminho para isso seja agir um pouco menos movido pelos sentimentos e um pouco mais pela razão. Alguns acreditam que o ser humano é governado pelos sentimentos, consideram que seria o sentimento que determina como uma pessoa pensa e age. Alguns acreditam que não se deva reprimir os sentimentos. Eu acredito na harmonia, talvez o melhor caminho seja o equilibrio entre ser motivado apenas pelos sentimentos como também pelo raciocínio mais detalhado sobre o que envolve cada situação.
Pode ser importante entender o porque de você estar se sentindo culpada. Alguns acreditam que é preciso investigar o passado emocional para se estruturar emocionalmente. Eu acredito que também conseguimos proveito na análise do aqui e agora, compreender nossas ações e sentimentos e assim repensarmos formas de atuar. Um evento do passado pode marcar para o resto da vida, por exemplo abuso sexual na infância, principalmente quando a criança não teve alguém para lhe dar apoio, não teve uma mãe que a confortou, alguém para dizer que aquilo não foi culpa dela. Mas mesmo que a marca fique eu considero possível que esta pessoa se reestruture.
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Como o psicólogo pode ajudar
Ele pode ajudar a entender, e quem sabe mudar, a maneira de pensar . Sentimentos e comportamentos podem estar relacionados com o seu pensamento.
Uma queixa referente ao sentimento de ter errado erros mais freqüentes que eu recebo em consultório é a dificuldade em tomar decisões. Muitas vezes as pessoas vão bem em várias áreas da vida, mas em uma delas parece ser mais dificil. Será que devo me separar do marido? Será que devo deixar a faculdade? Será que devo me dedicar a carreira que sempre gostei, mas nunca tive oportunidade?
Eu gosto de pensar na terapia como um aprendizado a seu próprio respeito. É investigar como você está funcionando e talvez aprender a lidar com o próprio cérebro e superar as suas dificuldades.
Este texto foi escrito baseado em minhas experiencias pessoais.