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O que causa a ansiedade durante a quarentena

Em níveis normais a ansiedade trata-se de fenômeno fisiológico responsável pela adaptação do organismo em situações de perigo. Entretanto, quando a ansiedade é excedente, em vez de contribuir para a adaptação, desencadeia a falência da capacidade adaptativa.¹

Em níveis normais a ansiedade trata-se de fenômeno fisiológico responsável pela adaptação do organismo em situações de perigo. Entretanto, quando a ansiedade é excedente, em vez de contribuir para a adaptação, desencadeia a falência da capacidade adaptativa.¹

Cognitivamente, a ansiedade se manifesta por meio da consciência das sensações fisiológicas de sudorese, palpitação, inquietação e outros sintomas do sistema nervoso autônomo.¹

Nestes tempos de quarentena, que pode variar de duração a depender do local e da ocupação da pessoa, a ansiedade pode ser uma visita que teima em ficar conosco. 

Lidar com a ansiedade dependerá da capacidade de cada pessoa em interpretar, avaliar e enfrentar as vivências estressoras.¹

Sabemos que a quarentena pode originar uma constelação de sintomas psicopatológicos, designadamente, humor deprimido, irritabilidade, ansiedade, medo, raiva, insônia, etc.²

Para além do estresse associado ao receio de contrair a doença, existem ainda outros fatores que aumentam a vulnerabilidade psicológica das pessoas em quarentena. As dificuldades econômicas decorrentes desta pandemia, como o risco do aumento do desemprego que está associado a um agravamento da saúde mental da população podem aumentar nossa ansiedade neste cenário.²

Outra causa de aumento de ansiedade na quarentena pode ser em relação a distância de pessoas queridas, até mesmo aqueles que morrem e não conseguimos nos despedir num ritual apropriado. 

Devido às medidas preventivas de saúde pública, as cerimônias fúnebres estão sendo realizadas quase sem pessoas. Muitos familiares e amigos estão privados de se despedirem de quem morre; ou seja, não existem abraços, nem o habitual consolo do luto feito em comunidade. Isto acarreta um enorme sofrimento para todos aqueles que perdem os seus familiares e amigos.²

Frente às repercussões psicológicas que o distanciamento social pode promover, algumas medidas podem ser tomadas para que ele se torne o menos danoso possível. O tempo mínimo indicado para a quarentena tem sido de duas semanas, que é o período de incubação do vírus da COVID-19. Ainda que esse período seja estendido, é importante que ele dure, dentro do necessário, o mínimo possível para ser menos nocivo à saúde mental.³

Outra estratégia para que a quarentena seja menos prejudicial é a informação. As autoridades públicas deveriam comunicar às pessoas o que está acontecendo e os motivos, explicando por quanto tempo isso pode durar, mantendo-as informadas sobre a importância de ficar em casa.³

Por fim, a manutenção das redes de apoio social durante a quarentena também é essencial para a saúde mental, já que a ruptura das conexões sociais e físicas é um importante facilitador de impactos psicológicos negativos.³

Marisa de Abreu

Psicóloga

CRP 06/29493

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1 BITTAR, Danielle; KOHLSDORF, Marina. ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. Psicologia Argumento, [S.l.], v. 31, n. 74, nov. 2017. ISSN 1980-5942.

2 AFONSO, Pedro. The Impact of the COVID-19 Pandemic on Mental Health. Acta Médica Portuguesa, v. 33, n. 13, 2020

3 FARO, André et al . COVID-19 e saúde mental: a emergência do cuidado. Estud. psicol. (Campinas),  Campinas ,  v. 37,  e200074,    2020

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Marisa de Abreu Alves | Psicóloga CRP 06/29493

*O material deste site é informativo, não substitui a terapia ou psicoterapia oferecida por um psicólogo.