Cirurgia bariátrica e psicologia
A obesidade é um fenômeno multifatorial. Seu diagnóstico obedece à algumas diretrizes que devem ser observadas de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
A obesidade é um fenômeno multifatorial. Seu diagnóstico obedece à algumas diretrizes que devem ser observadas de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Os comportamentos direcionados para o objetivo de conseguir um corpo que se enquadre nos padrões de beleza impostos como ideal podem afetar negativamente a percepção da imagem corporal, especialmente nos indivíduos que apresentam um quadro de sobrepeso e obesidade.
A imagem corporal do outro, e a nossa autoimagem passam por filtros socioculturais e em busca do corpo ideal muitas vezes pode-se sofrer física e mentalmente quando não se respeita a sua própria diversidade, suas características individuais.
A insatisfação corporal afeta negativamente o tratamento clínico da obesidade influenciando o comportamento, o bem estar mental e a qualidade de vida. Além disso, a insatisfação corporal é um importante fator motivador para se engajar em comportamentos que levem a uma redução do peso corporal.
O diagnóstico da obesidade pode ser estabelecido por métodos quantitativos ou qualitativos . O cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) consiste em um método quantitativo utilizado para se determinar o sobrepeso ou obesidade em adultos e é calculado pelo peso (Kg) dividido pela altura (m) ao quadrado (IMC = peso/altura²).
Em busca de soluções rápidas e “milagrosas” muitas pessoas se deixam levar por alternativas sedutoras. Muitas vezes um tratamento complexo e de desenvolvimento lento é vendido como salva-vidas, como a cirurgia bariátrica. Seria ela um procedimento indicado a qualquer um que queira emagrecer?
A cirurgia bariátrica é apontada como um dos tratamentos mais eficazes para a obesidade grau III, tanto na redução do peso quanto na sua manutenção.
Embora a cirurgia bariátrica seja uma eficiente terapia para a perda de peso, quando esta é intensa e muito rápida, pode também promover mudanças rápidas na imagem corporal.
Mudanças na forma física do corpo podem não ser acompanhadas por mudanças imediatas na imagem corporal, uma vez que as mudanças psicológicas podem ocorrer mais lentamente, existindo então a possibilidade de que, mesmo com uma perda significativa do peso, ainda persista uma percepção de imagem corporal de obeso, exigindo uma lenta reestruturação perceptiva após os seis primeiros meses da cirurgia.
É necessário uma equipe multiprofissional, composta por médicos(as), psicólogos(as), nutricionistas, fisioterapeutas e/ou outros para avaliação, indicação e acompanhamento do tratamento ambulatorial e, principalmente para um procedimento cirúrgico como a cirurgia bariátrica.
Embora os pacientes percam peso significativamente pode-se perceber que nem todos alcançam o peso de normalidade ou o sobrepeso. Entretanto, parecem ter alcançado um peso que os deixam mais satisfeitos.
Durante todo o processo a ansiedade e questões sobre o próprio corpo, seu papel social, o desejo, e a própria identidade podem surgir, pedindo auxílio profissional que um(a) psicólogo(a) pode oferecer.
Marisa de Abreu Alves
Psicóloga
CRP 06/29493
Agende sua consulta >> Ligue no (11) 3262-0621 ou clique aqui
Referência:
Sousa, S., Peroco, D. y Faria, F. Imagem corporal, ansiedade e depressão em pacientes obesos submetidos à cirurgia bariátrica. Estudos de Psicologia. 17 (1): 153-160, 2012.