O transtorno bipolar (TB) é considerado um dos mais graves tipos de transtorno mental e envolve aspectos neuroquímicos, cognitivos, psicológicos, funcionais e socioafetivos¹.

Como diagnósticos complexos costumam pedir tratamentos complexos, o controle da bipolaridade cobra medicações, sessões de psicoterapia e mudanças de hábito.

O TB costuma se apresentar, inicialmente, através da presença de sintomas depressivos que, comumente, podem ser percebidos como Transtorno Depressivo Unipolar. Entretanto, diferenciar esses dois transtornos, especialmente no que se refere à depressão bipolar e à depressão unipolar, não é uma tarefa fácil para o profissional da área da Saúde¹.

Um(a) psicólogo(a) ou um(a) médico(a) psiquiatra são as figuras geralmente recomendadas para se recorrer quando há preocupação quanto a um possível diagnóstico de TB.

Psicoterapia e farmacoterapia são geralmente utilizados em conjunto para o tratamento do transtorno bipolar.

O tratamento psicofarmacológico no TB tem a finalidade de restaurar o comportamento, controlar os sintomas agudos e prevenira recorrência.

A psicoterapia busca modificação de comportamentos, crenças e pensamentos associados às diferentes fases do TB- notadamente a terapia cognitivo-comportamental (TCC).

Um trabalho de 2004² analisou vários ensaios clínicos aleatorizados que demonstraram a eficácia de intervenções psicológicas como: a terapia cognitivo-comportamental, psicoeducação e intervenções focadas na família- como um acréscimo profilático à medicação.

A psicoeducação, de modo genérico, deve conter informações gerais sobre a doença bipolar, elementos para a aumentar a adesão ao tratamento, ensinar o reconhecimento rápido de recaídas e questões sobre a regularidade do modo de vida.

O referido estudo incita, inclusive, médicos(as) a incorporarem no seu repertório princípios da psicoeducação em sua prática clínica cotidiana.

Marisa de Abreu Alves

Psicóloga

CRP 06/29493

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1 PEREIRA, L. L. et al. Transtorno bipolar: reflexões sobre diagnóstico e tratamento. Revista Perspectiva. Erechim, v. 34, n. 128, p. 151-166, 2010.

2 COLOMA, Francesc; VIETAA, Eduard. Melhorando o desfecho do transtorno bipolar usando estratégias não farmacológicas: o papel da psicoeducação. Rev Bras Psiquiatr, v. 26, n. Supl III, p. 47-50, 2004.