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Alguns fatos sobre a Síndrome do pânico

Observa-se que a expressão “Síndrome do pânico” surgiu recentemente, no final da década de 1960, mas não se trata de uma doença nova. É um novo diagnóstico para um quadro de angústia já observado há muito tempo por Freud¹.

 

 

Numa visão psiquiátrica, acredita-se que a doença é causada por uma falha no sistema de neurotransmissores, independentemente de seu caráter psicológico ou psicossomático. Dessa forma, as informações recebidas através dos sentidos não seriam corretamente codificadas: é como se a mente fizesse uma leitura distorcida da realidade, disparando um alarme de grande perigo em situações que, psiquicamente, representam grande ameaça para o sujeito¹.

Para classificar-se em transtorno de pânico, os ataques devem ser recorrentes e não acontecerem isoladamente.

A Síndrome do pânico pode ou não ser acompanhada de agorafobia - o temor de se encontrar sozinho em lugares públicos sem uma saída rápida de fácil acesso, caso surja um ataque de pânico. Assim, a agorafobia seria como o medo de ter medo.

Silva² aponta dois estilos de personalidades que mais comumente apresentam a Síndrome do pânico e as divide da seguinte forma:

O primeiro estilo é composto por pessoas que teriam um “complexo de super-homem”: pessoas que sempre tentam dar conta de tudo, e geralmente são uma referência familiar. Parece não haver espaço para o prazer pessoal na vida de tais pessoas.

O segundo estilo de personalidade é complementar ao primeiro: pessoas que tendem a desenvolver vínculos de dependência. A responsabilidade das escolhas é vivida como algo pesado demais e são delegadas a um terceiro, um outro.

Uma reflexão apontada por uma psicanalista³ nos provoca: O atual cenário em que nos inserimos é colorido, muitas vezes de choque e pavor, de cenas de brutalidade, destruição e violência que provocam indignação, desilusão e impotência em todos aqueles que se posicionam contra a injustiça, contra a degradação e a depredação do ser humano.

O pânico nos traz a seguinte questão: como tornar tolerável a experiência do desamparo num mundo desamparado³?

Marisa de Abreu Alves

Psicóloga

CRP 06/29493

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1 SISTI, Fernanda Cristina; GROMAN, Regina Maria Guisard. Pânico e angústia de separação. Pulsional: Revista de Psicanálise, p. 130-137, 2005.

2 SILVA, Ana Beatriz B. Silva. Mentes com medo: da Compreensão à Superação. São Paulo: Integrare Editora, 2006.

3 SANT'ANNA DE MENEZES, Lucianne. Pânico e desamparo na atualidade. Ágora: Estudos em Teoria Psicanalítica, v. 8, n. 2, 2005.

Referência

PEREIRA, M. E. C. Pânico e desamparo. São Paulo: Escuta, 1999.

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Marisa de Abreu Alves | Psicóloga CRP 06/29493

*O material deste site é informativo, não substitui a terapia ou psicoterapia oferecida por um psicólogo.