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Crise dos 2 anos de idade

Comumente, ocorre entre 1 ano e meio (18 meses) e 3 anos(36 meses) de idade, embora não seja raro se estender até os 4 anos de idade.

Entrevista cedida para o Portal UOL

Psicologo trata crise dois anosADOLESCÊNCIA DO BEBÊ - Terrible twos

Período no qual costuma ocorrer a crise dos 2 anos - a adolescência do bebe

Comumente, ocorre entre 1 ano e meio (18 meses) e 3 anos(36 meses) de idade, embora não seja raro se estender até os 4 anos de idade.

Como as crianças se comportam nessa fase

A principal característica da crise dos dois anos é uma mudança no comportamento da criança com ocorrência de birras, sempre que sua vontade é contrariada, diante de uma situação.

Normalmente, este comportamento é observado diante das intervenções dos pais. No entanto, as crises podem ocorrer diante de responsáveis com a qual a criança estabelece um relacionamento de confiança e obediência, sendo que, neste caso, isto possa simplesmente ser um reflexo daquilo que já está acontecendo dentro de casa, com os pais. Um exemplo, seria no ambiente escolar, com as professoras.

Em outras palavras, aquele “anjinho” que outro dia era um exemplo de criança passa a agir com ataques de gritos, choros, agressividade contra o outro, ou mesmo contra si. Apresenta comportamentos como dizer “não” ao que lhe é pedido, jogar-se no chão e espernear todas as vezes em que sua vontade é contrariada. Deve-se ressaltar que o desejo de contrariar os pais parece ser uma constante na crise dos dois anos.

Nem toda a crianças passa por esta fase

Nem toda criança passa pelo período com este padrão de comportamento, embora todas estejam sujeitas, uma vez que esta crise também se associa ao desenvolvimento normal da criança. É importante sublinhar que, neste mesmo período, algumas mudanças importantes estão ocorrendo, como: um abrupto desenvolvimento cerebral, interferindo em processos intelectuais importantíssimos para a criança. Por consequência, o aumento considerável na competência linguística, na organização do pensamento e capacidade de exploração do mundo trazem, conjuntamente, certa percepção de autonomia e independência para explorar o mundo e tomar decisões ao seu modo, bem como a certeza de que agora ela age e pode interferir no mundo de acordo com sua vontade. Isto, por si, também evidencia um processo de maturação emocional inerente ao período. Normalmente, a intervenção adequada dos pais é o que garante e promove o uso coerente destas descobertas e recursos adquiridos pela criança e sua aplicação ajustada e equilibrada no meio em que vive. É importante ressaltar que a intervenção dos pais durante essa fase da criança contribuirá mais facilmente para que seja uma passagem tranquila. Ou seja, quanto mais adaptativa for a atuação dos pais, mais rápido se observa a diminuição da ocorrência dessas crises.

É possível minimizar estes comportamentos

Dentre as situações que podem contribuir para minimizar os efeitos desta etapa, diversos estudos sugerem:

Atentar-se para as reais necessidades de rotina da criança. É comum que cada vez mais as crianças sejam introduzidas a uma rotina diária que nem adultos conseguiriam suportar. Dança, atividade física, creche, cursos... enfim, uma agenda ocupada da primeira à última hora do dia. Além de produzir uma superestimulação e sobrecarga, o próprio convívio social em família pode ser prejudicado, o que facilita o surgimento das crises;

Em qualquer sinal de frustração na realização de atividades ao longo do dia, ainda que seja o simples manejo de um brinquedo, é importante que o pai encoraje-o a continuar, com zelo e carinho. Oferecer ajuda, nestes casos, pode ser uma atitude que faz a diferença;

Encorajá-lo a realizar tarefas por si só, desde que estejam de acordo com aquilo que é possível que ele mesmo faça, bem como estimular que ele realize escolhas, ainda que as opções sejam ditadas e limitadas pelos pais. Isto pode ser traduzido como incentivo à independência, desde que se realize de forma coerente;

Negociar somente o que for passível de negociação. Por exemplo, pode ser adequado ceder ao desejo de se visitar um primo ou os avós em um horário diferente daquele previamente estipulado. No entanto, fazer o caminho de carro até a casa dos avós sem usar a cadeirinha do banco de trás não entra em pauta de negociações.

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Sinais da crise - como identifica-la

Os estudos sugerem que a crise tem início quando começam a ser frequentes comportamentos de irritação, mau humor, birras e a presença constante da palavra “não” no vocabulário da criança. Isto faz parte do processo exploratório do ambiente. No entanto, é importante ficar atento às situações rotineiras que a criança vivencia. De fato, o acompanhamento de todos os passos de nossos filhos, cada vez se torna tarefa mais difícil, em função da rotina que os pais se submetem para garantir benefícios e condições melhores de criação e futuro para a família.

O que é importante perceber é que a crise dos dois anos reflete um comportamento de exploração do mundo. Todo movimento em direção a esta característica, pode ser bem vinda. Ao contrário, respostas comportamentais dessa natureza associadas a outros aspectos de agressividade externa, comumente vem acompanhadas de sinais, tais quais: falta ou excesso de apetite, alterações no sono, sinais de maltrato no corpo, medo no enfrentamento de situações rotineiras e evitação de convívio e contato social, são opostos a questão central da crise de dois anos.

Como os pais ou cuidadores devem agir nos momentos de crise

Um ponto importante de se ressaltar é o fato de que a chamada crise dos dois anos faz parte do processo normal de desenvolvimento. Sendo assim, é importante entender que estes atos indicam o desenvolvimento de independência, da capacidade que a criança adquire em expressar seus sentimentos de insatisfação e frustração, bem como a sua preparação para o entendimento de regras e estabelecimento de relações sociais. Com isso, não se quer dizer, também, que deve-se deixar que tais comportamentos corram de forma solta. Ao contrário, sabemos que o estabelecimento de limites faz parte do processo educativo e é essencial para o crescimento e sucesso de qualquer ser humano diante das situações que a vida oferece, bem como na formação do caráter, auto-estima e bom convívio social. Um ambiente saudável e comprometido na relação pai e filho é o ponto chave para a passagem equilibrada e instrutiva por este período.

Durante a crise os pais/ou cuidadores podem seguir algumas recomendações: Mantenham-se calmos, pois, duas pessoas irracionais, definitivamente não vai melhorar a situação; Sejam compreensivos, mesmo que não ceda às exigências do seu filho não significa que não possa entender o porque dele estar alterado. Dessa forma, deve-se abaixar à altura da criança e conversar; Não reforce o mau comportamento. Por mais que seja difícil suportar os gritos e más-criações, o não reforçamento diminuirá a frequência com que o comportamento ocorre. Da mesma maneira, deve-se reforçar quando ele tiver um bom comportamento; Não negocie no calor da crise, nesse momento você pode sentar-se ao lado da criança e esperar até que as coisas se acalmem, pode tentar abraçá-la, mesmo que ela não aceite bem o seu afeto, isso demonstra que ela pode esperar compreensão e amor e por fim, não leve muito a sério essas crises. Mesmo que esteja na fila do supermercado e seu filho comece a dar uma birra e todos os olhares se voltarem para você, não se preocupe e tente não supervalorizar a situação. Tudo vai passar!

Quando a crise ocorre na época na qual irá frequentar a escolinha

Em princípio, ter que frequenter a escolinha ou creche estando nesse período difícil não significa um problema. Estar em contato com outras crianças pode favorecer o processo de socialização. Além disso, a interação social pode ajudar a passar até mais rapidamente por essa fase. É importante observar, caso a inserção da criança no ambiente escolar intensifique as crises e faça os comportamentos piorarem, um plano de intervenção da escola juntamente com a família deve ser traçado, buscando sempre a melhor opção para a criança. Não sendo suficiente, outros profissionais poderão contribuir.

Como a escolinha pode ajudar

Uma coisa é certa: se a criança aprende a comportar-se de maneira opositiva, sem que haja uma intervenção adequada e assertiva dos pais, dentro do ambiente familiar, o papel da escolar se torna, muitas das vezes, evidentemente limitado. Portanto, em primeiro lugar é essencial se estabelecer uma comunicação confiável e saudável com os pais ou responsáveis pela criança. Em Segundo lugar, deve-se pontuar que, em ambiente escolar, as crianças já passam a vivenciar a noção de limites e de certo e errado, inerente ao próprio processo de socialização vivenciada nessa situação. Nesse sentido, os professores exercem o papel de mediadores desse processo. Apesar de haver uma interação diferente no ambiente escolar, uma vez que se prioriza o convívio com outras crianças de mesma idade, a intervenção normalmente se dá como uma espécie de extensão daquilo que deve ser desenvolvido no contexto familiar. Afinal, as regras sociais a serem aprendidas, neste caso, estão postas à prática e atuar conforme as regras do jogo já não é feito com apoio direto dos pais. Nesse sentido, o aprendizado depende diretamente da preparação adequada e atuação responsável dos cuidadores e professores, a fim de contribuir para o bom andamento do processo. Resumidamente, a adoção e adaptação de estratégias semelhantes àquelas que regem as ações dos pais, nesta situação, podem ser valorosas, tais quais o não reforçamento de crises, compreensão, mantê-lo participativo, em vez de isolá-lo do convívio social, evitar confrontos ou barganhas para controlar o comportamento, estabelecer limites, etc.

Como a escolinha deve agir em relação à comunicação com os pais

A comunicação da escola com os pais é extremamente necessária. É a partir desse contato que muitas dificuldades e/ou facilidades da criança são discutidas. Quanto mais participativos forem os pais, melhor é o desenvolvimento do trabalho realizado com a criança. Dessa forma, qualquer percepção que tanto os pais quanto a escolar tenham em relação à criança deve ser considerado em conjunto, buscando sempre o melhor para ela.

Dica para os pais

Em resumo, o que poderia ser colocado é que os pais devem compreender que apesar dos seus bebês terem mudado de comportamento e que essa mudança nem sempre seja fácil, eles ainda continuam sendo seus bebês. Porém, agora estão se tornando pessoas mais independentes, com opiniões, desejos e comportamentos diferentes. Esse é o momento em que estão descobrindo o mundo por seus próprios sentidos e decisões e nem sempre sabem o que estão fazendo. Na verdade, na maioria das vezes estão perdidos nessas escolhas. Por isso, é importante que os pais estejam sempre por perto para mostrar-lhes o caminho. É uma fase difícil, mas não será a última que seu filho passará. Ser capaz de compreender seus sentimentos, mesmo que confusos e estar ao seu lado o ajudará a superar essa e qualquer outra dificuldade que possa vir a passar em sua vida.

Anne Tarine Tavares Chaves Veloso - Psicóloga- CRP 06/117148

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Marisa de Abreu Alves | Psicóloga CRP 06/29493

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