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Expectativas

Expectativa quanto as decisões tomadas

 Entrevista cedida para Revista Nova – Ed Abril

Expectativa quanto as decisões tomadas

Reporter: Aqui vale ressaltar qualquer tipo de decisão, das mais simples às mais complexas, por exemplo: investir muito dinheiro em uma viagem mais cara, ir para a balada durante a semana, pressionar seu chefe para receber uma promoção, para alguns pode ser mais tranquilo temos companhia para tomar uma decisão importante, mas nem sempre nossos amigos se sentem confortáveis ao estarem presentes. Como lidar então com o fato de que em alguns momentos posso ter que tomar certas atitudes sem ninguém ao meu lado?

Psicologo para tratar expectativas

Psicóloga: Não podemos negar que o ser humano é um ser social. Desde o tempo das cavernas percebemos que quando nos unimos a outras pessoas aumentamos a chance de sucesso (no tempo das cavernas aumentávamos as chances de sobrevivência). Mas o ser humano também tem uma característica de aumentar a dose daquilo que funciona até o ponto de começar a atrapalhar, e neste sentido as pessoas que percebem o quanto é bacana tem alguém ao lado em certas situações acabam por exagerar e passam a incomodar as pessoas com esta necessidade. O exagero deste comportamento forma uma pessoa dependente emocional.

Vencer esta dependência ajudará , e muito, nas percepções sobre si mesma. Não há nada mais recompensador do que a autonomia e a percepção de que se é bom contarmos com as pessoas ao nosso lado, pode ser melhor ainda, contar com nós mesmas.

Vale também ressaltar que algumas pessoas chegam a este comportamento dependente não somente à necessidade de conforto oferecida quando estão acompanhadas, mas alguns passaram por modelos de educação onde os pais não ofereceram oportunidade de independência, pais que fizeram tudo filhos podem criam filhos dependentes. Outras pessoas podem ter vivido momentos muito difíceis e realmente precisaram de alguém por perto, e depois disso passaram a se considerar inúteis sozinhos. Ou seja, nem sempre é excesso de mimo, muitas vezes há mais elementos que contribuem e que devem ser respeitados e tratados com psicoterapia.

Esperar que as pessoas cheguem na hora!

Amigos, reuniões, salas de espera de um consultório... Homens!!! Nem sempre as pessoas fazem questão de serem pontuais como você. Entretanto, não é preciso se decepcionar e começar uma discussão por causa dos 20 minutos perdidos. O melhor é aceitar que nem todas as pessoas se comprometem da mesma forma que você. Será que o melhor não é relevar e ler um bom livro enquanto espera?

Psicóloga: Dizia um autor (me perdoe mas não lembro mais de seu nome) que para cada problema há sempre 3 formas de lidar: Mudar a situação problemática, cair fora do problema ou aprender a conviver com ele. Neste exemplo do atraso cada um tem estas opções: Tentar “corrigir ou educar” as pessoas com quem agendou um compromisso. Não marcar nada com quem pode se atrasar. Ou simplesmente relevar e aguardar um pouco mais. Tendo isso em vista convido as pessoas a analisarem o quanto podem ganhar ou perder em cada situação: Vale a pena, ou será possível, mudar as pessoas à nossa volta? Vale a pena perder amizades por conta de atrasos? Ou seria melhor simplesmente aceitar que cada um tem suas características e fazer como nos convites de casamento onde já anotam 30 min antes da hora real da cerimonia de forma a que todos estejam presentes mesmo que atrasados?

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Esperar que as pessoas lhe vejam sempre de forma positiva!

Você ouviu seu nome ser dito numa roda de amigos no corredor do trabalho. Milhões de coisas passam pela sua cabeça: a) minha apresentação foi realmente horrível b) eles devem estar discutindo minhas inúmeras falhas c) é melhor eu voltar para a minha mesa, quem sabe eles não esquecem que eu existo! Ao invés de se martirizar, será que o melhor não é deixar que "deixem que digam, que pensem, que falem"? Tente pensar de maneira positiva. Seja confiante. É possível, sim que eles estejam elogiando sua pró-atividade e comentando como você tem tomado a frente de projetos importantes. Agora, se tudo não passou de uma fofoquinha e comentários maldosos mesmo. E daí? Quem perde tempo falando mal dos outros são eles, não você. Certo?

Psicóloga: Não existe uma só pessoa no mundo que só tenha qualidades. Também não existe uma só pessoa no mundo que uma vez ou outra não aponte os defeitos daquele que mais admira. Sabemos disso mas gostamos de viver com a ilusão de que nossos defeitos não são percebidos ou são automaticamente perdoados e jamais comentados em voz alta. Imaginar este mundo perfeito pode ser reconfortante mas ele não existe. Seus defeitos serão apontados em voz alta e vez por outra você saberá que isto ocorreu. Quanto mais aceitarmos isso melhor viveremos.

Esperar que as pessoas compartilhem suas ideias!

Aqui o foco são as redes sociais. Você pode achar o máximo a cara de sono do seu cachorro ao acordar e acha que a foto vai ser um sucesso de likes no seu Instagram, mas parece que seus amigos não morrem de amores por ele. Como não se frustrar nesses momentos, principalmente quando existe alguém em especial que você gostaria que compartilhasse cada um dos seus links? Antes que dar um unfollow nos seus amigos, não é melhor entender e aceitar que cada um tem seus gostos e peculiaridades?

Psicóloga: Gostamos de grupos, associações, panelas etc porque elas nos dão a sensação de que é possível existir um grupo realmente homogêneo onde todos tem exatamente os mesmo interesses. Isso não é verdade mas o que seria do ser humano sem suas ilusões. Há quem trabalhe feliz uma vida inteira em uma empresa acreditando que seus produtos são 100% benéficos (mas muitas vezes não são). Há quem comemore bodas de ouro com alguém de quem jamais imaginaria uma traição - mas quem somos nós para lhe tirar esta felicidade e dizer que o mundo não é tão cor de rosa. Neste mesmo caminho há quem imagine que todos os seus gostos correspondem aos gostos de seus amigos em 100% do tempo. Aceitar que tanto seu cachorro como seu pimpolho só serão engraçadinhos para uma parcela de seus amigos em uma parcela do tempo é viver a realidade e não dar trela para o sofrimento inútil.

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Esperar que as pessoas mudem, ou não mudem!

Certas características são singularidades de cada pessoa e por mais que elas te deem nos nervos algumas vezes, o melhor é aceitar e entender que mudanças não vão acontecer. Você também deve ter defeitos que pegam a veia dos outros, mas nem por isso pretende ser diferente. Como então aceitar as diferenças entre você e seus amigos/parentes sem se afastar, nem se sentir desconfortável perto deles?

Psicóloga: Quanto mais exigimos que o mundo (incluindo as pessoas) tenha as características específicas que determinamos mais demostramos fragilidades emocionais. Ser forte significa aprender a lidar com o mundo da forma que ele se apresenta. Mudar o que é possível mudar e conviver com o que não é possível mudar mas vale a pena manter. Existe uma frase característica do interior, dita por pessoas simples, mas que eu adoro: “Tá ruim, mas tá bom”. Isso significa que as coisas não estão perfeitas mas não ligamos, tocamos a vida mesmo com suas imperfeições.

Esperar que as pessoas elogiem suas conquistas!

Grandezas nunca passam despercebidas por muito tempo, mas como não se sentir frustrada quando ninguém lhe parabeniza sobre a promoção que conquistou no trabalho, ou sobre o sapato incrível que você comprou no lançamento de inverno da sua marca preferida? Esperar o reconhecimento e aceitação dos outros pode ser exaustivo e a frustração, maior do que o prazer que aquela conquista deveria lhe proporcionar. Como então entender que a minha própria satisfação é mais do que suficiente? Será que você precisa mesmo impressionar os outros para se sentir feliz e realizada?

Psicóloga: Muitas vezes não somos reconhecidos e pode haver várias razões: O que você imagina como grande coisa não passa de balela; Aquele de quem você espera reconhecimento não tem condições de avaliar e reconhecer o quanto seu feito foi sensacional; O outro simplesmente não quer dar o braço a torcer. Assim como a melhor comparação que podemos fazer seria a comparação conosco mesmo, ou seja, perceber que hoje estamos melhor do que ontem devido a nossos esforços, o melhor reconhecimento também deve ser de nós mesmo. Muitas vezes quem está a nossa volta não percebe a grandiosidade de nossos feitos mas o tempo trará frutos que uma hora ou outra serão percebidos por todos. Neste caso você não vai desfrutar você mesmo de suas realizações?

Consulte um psicólogo
Marisa de Abreu Alves | Psicóloga CRP 06/29493

*O material deste site é informativo, não substitui a terapia ou psicoterapia oferecida por um psicólogo.