Será que meu cansaço é Burnout?

A síndrome de burnout está ligada ao estresse no trabalho e pode gerar complicações em muitas dimensões de nossa vida. Saiba mais sobre o burnout e como reconhecer alguns sinais de alerta para esta síndrome.

Sentir cansaço é natural e uma resposta esperada após a realização de algum esforço físico, mental ou mesmo afetivo.

Muitos postos ou funções de trabalho atualmente demandam muita energia de pelo menos duas dessas dimensões humanas.

As organizações estão sempre em busca de trabalhadores que se esforcem, “vistam a camisa da empresa”, e invistam muito de sua energia para o crescimento dos negócios e aumento dos lucros.

Dependendo do ramo do mercado ou do tipo de relações estabelecidas no ambiente de trabalho você pode se sentir muito pressionado(a) e deixar de lado medidas de autocuidado para produzir mais e melhor para evitar uma demissão ou alguma medida disciplinar.

Vamos ver se você se identifica com algum dos traços dessa síndrome.

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Reconhecendo a síndrome de burnout

O que é a crise de Burnout?

Não há uma definição única na literatura especializada sobre o que é o burnout. Mas todos os estudos sobre o tema informam, de uma maneira ou de outra, que o burnout seria uma resposta ao estresse laboral crônico.

A síndrome do burnout está ligada a alguns sinais e sintomas que são variados em sua aparência e/ou dinâmica. Apesar disso, um(a) especialista em saúde mental pode identificá-la através de alguns sinais que podemos reconhecer como estafa, fadiga mental, e até mesmo despersonalização.

A dificuldade de se concentrar, de sentir prazer na realização das tarefas do trabalho, além de ansiedade podem acompanhar a síndrome de burnout. E esse fato a liga a diagnósticos como depressão e transtornos de ansiedade, por exemplo.

No burnout talvez você já não se sinta ligado(a) ao cliente que você atende, pessoal ou virtualmente, em especial na atualidade da pandemia. Aqui falamos de uma ligação empática mínima, aquela que se estabelece na presença de um igual, de outra pessoa diante de nós.

Se acordar de manhã ou, de qualquer modo, se preparar para o trabalho se tornar uma tarefa hercúlea, isso pode ser um sinal de que você está sofrendo de burnout.

Síndrome de burnout e afetividade

Estou tendo um Burnout?

Podemos entender o burnout como uma perda da conexão da pessoa com seu fazer, com seu trabalho, e dessa maneira consigo mesma.

Essa é uma síndrome que parece afetar sobremaneira a nossa afetividade. Ou seja, nossa capacidade de sermos tocados por emoções de outros e mesmo as nossas próprias impressões e sentimentos sobre nós e o mundo.

Essa síndrome afeta principalmente cuidadores e aquelas pessoas que trabalham em contato direto com outras pessoas, como na área de serviços.

Assim, profissionais da educação, saúde e segurança parecem ser os principais afetados pelo burnout. Porém outras áreas que demandam uma relação afetiva com outra(s) pessoa(s) e contato extenso com o público também podem ter vítimas dessa exaustão.

Além disso, altas demandas e pressão constante sobre desempenho profissional relacionado a metas e outros objetivos, às vezes irreais, das organizações podem sufocar o(a) trabalhador(a).

No burnout você pode desenvolver sentimentos e atitudes negativas e de cinismo com relação às pessoas do seu trabalho, colegas, clientes internos e externos. As pessoas ligadas a sua função se tornam fonte de incômodo constante.

Você sente que seu trabalho se tornou pesado demais? Sente falta de reconhecimento pelo seu esforço? Você percebe uma cobrança exagerada sobre seu desempenho, de superiores e/ou clientes?

Reflita sobre essas questões pois elas podem indicar que você está sobrecarregado(a) e pode estar passando por uma crise de burnout.

A sensação pode ser a de estar preso(a) a um trabalho ou tarefa impossível de ser feita. Desse modo, alguns estudos tratam o burnout como “uma desistência no (ou do) trabalho”.

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Identificando o burnout

Além do que já falamos anteriormente, podemos tentar localizar o burnout na sua história pessoal.

Você pode tentar se lembrar do início do seu trabalho na função que ocupa atualmente e trazer as sensações e expectativas que possuía naquele primeiro momento.

É provável que você tenha sofrido algumas decepções ao longo do caminho mas que ainda assim continuou em frente. A questão é: como você caminhou a partir dali?

Talvez você tenha se frustrado de tal maneira com algum aspecto do seu trabalho que ainda carrega essa dor.

E após essa frustração inicial há, geralmente, outro momento: a tentativa de adaptação. Você pode ter se esforçado mais e feito alguma mudança para entregar um resultado melhor, mais rápido ou que se encaixasse no padrão exigido pela empresa ou seu cliente final.

Depois de tanto esforço, tentando, quem sabe, superar as expectativas dos seus superiores você acabou negligenciando as próprias necessidades ou passando dos seus limites.

O resultado de tudo isso pode ser uma exaustão física e mental que faça você se sentir derrotado(a) e sem vontade de seguir em frente.

Como burnout pode ser tratado?

Um(a) psicólogo(a) pode promover a ajuda que você precisa, fornecendo o acolhimento adequado e realizando um diagnóstico do seu quadro para ter certeza de que se trata de burnout ou outra questão de saúde mental ou física.

Com o diagnóstico em mãos o(a) profissional pode encaminhar sua psicoterapia ou lhe direcionar para um tratamento adequado com um especialista médico ou para outro(a) colega.

Caso opte pelo seu tratamento agende aqui sua consulta

Referências

CODO, Wanderley; VASQUES-MENEZES, Iône. O que é burnout. Educação: carinho e trabalho, v. 2, p. 237-254, 1999.

PÊGO, Francinara Pereira Lopes; PÊGO, Delcir Rodrigues. Síndrome de burnout. Rev. bras. med. trab, p. 171-176, 2016.