A depressão crônica não é o mesmo que distimia, apesar de também ser um transtorno do humor e também ser um quadro depressivo crônico, ou seja, duradouro.¹

A depressão crônica não é o mesmo que distimia, apesar de também ser um transtorno do humor e também ser um quadro depressivo crônico, ou seja, duradouro.¹

A  distimia  é uma forma  de depressão crônica,  não-episódica, de sintomatologia menos   intensa do que as chamadas depressões maiores.¹  

O  padrão básico é a distimia se apresentar com baixo grau de sintomas, os quais aparecem insidiosamente, na maioria dos casos antes dos 25 anos.¹  

Apesar dos sintomas mais brandos do que os da depressão crônica, a permanência e a falta de reconhecimento da doença fazem com que o prejuízo à qualidade de vida seja considerado maior do que nos demais tipos de depressão.¹

Quem sofre com a distimia não costuma procurar ajuda, ou suporta por um longo período seus sintomas e quando consulta algum especialista de saúde traz queixas mal definidas, como mal-estar, letargia e fadiga.¹

A distimia é caracterizada por uma maior resistência ao tratamento e pior prognóstico do que outros transtornos depressivos crônicos.

Os sintomas essenciais do transtorno distímico incluem tristeza, falta de alegria de viver e preocupação com a inadequação. A distimia também se caracteriza pela presença de humor deprimido por pelo menos dois anos, juntamente com outros sintomas, como distúrbios do sono, baixa autoestima, problemas de concentração ou fadiga. É possível que um episódio depressivo maior possa coexistir com a distimia. ¹,²

É interessante notar que, embora o termo distimia fosse empregado desde a Antiguidade, quando filósofos como Hipócrates ou Aristóteles se debruçavam sobre a questão da melancolia - esta concebida como um problema mental caracterizado por medo e tristeza prolongados- a distimia não possuía as mesmas características. ³

Distimia é um termo de origem grega que significa tão somente “mal-humorado,” e era utilizado para designar o “temperamento melancólico.”³

Assim, apesar de próximas, até mesmo em parte de sua sintomatologia, depressão crônica e distimia são diferenciadas principalmente pelo impacto que causam na vida das pessoas. 

Marisa de Abreu

Psicóloga

CRP 06/29493

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1 SPANEMBERG, Lucas; JURUENA, Mario Francisco. Distimia: características históricas e nosológicas e sua relação com transtorno depressivo maior. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, v. 26, n. 3, p. 300-311, 2004.

2 VIVES, J. Goena; SANTOS, P. Molero. Distimia. Medicine-Programa de Formación Médica Continuada Acreditado, v. 12, n. 86, p. 5037-5040, 2019.

3 RODRIGUES, M. J. S. F. O diagnóstico de depressão. Psicologia USP, v. 11, n. 1, p. 155-187, 2000.