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Mal estar com o próprio corpo

É comum as mulheres não se sentirem bem com o corpo e aparência?

Entrevista para Folha Universal

Repórter Ana Carolina Cury: Muitas mulheres não se sentem bem com o corpo. E quais as consequências disso? Estudos sugerem que estar de mal com o corpo pode potencialmente prejudicar a saúde física. Existem muitas mulheres insatisfeitas com o próprio corpo, gostaria de mostrar o quanto isso é prejudicial para a saúde e para a autoestima. Mostrar esses prejuízos e mostrar que é importante se gostar do jeito que é, sem complexos. Ou, se precisa mudar, que tome uma atitude e não fique apenas se queixando do peso e de outras insatisfações.

Psicologo para tratar mal estar com corpoÉ comum as mulheres não se sentirem bem com o corpo e aparência? Por que?

Vejo que algumas mulheres não se sentem bem com o próprio corpo. Algumas vezes a comparação de seu corpo, com todas as características normais e reais, não batem com o que a mídia mostra em imagens, muitas vezes, retocadas.

Em outros casos é possível que diante da dificuldade de atingirem alguma meta social ou de relacionamento procurem identificar onde estaria a falha, e na dificuldade de identificar a real dificuldade possam considerar que sua aparência seria o entrave.

Em outros casos podem ter observado que mulheres portadoras da aparência que desejariam ter, foram bem sucedidas em algumas empreitadas sociais, talvez a visão em foco não tenha permitido perceber que mulheres que não seriam portadoras de tal perfeição também podem ser bem sucedidas nestes mesmos campos.

Na verdade, muitas vezes o fato de gostar do próprio corpo não tem nada a ver com o corpo que esta pessoa tem. Já conheci pessoas lindíssimas, invejadas por muitos, mas que ainda assim não se sentiam satisfeitas, como também já conheci pessoas de extrema auto estima mas que portavam um beleza que poderia ser considerada nada desejável por outras pessoas.

Conheci pessoas que eram tão simpáticas, empáticas, companheiras, capazes uma compaixão pouco comum e, mesmo sem se dar conta, eram copiadas em seus trajes e acessórios. Talvez uma forma inconsciente de ser como esta pessoa, mas acredito que em casos assim a beleza só podia ser copiada com a lapidação da alma e não do corpo.

Existem pesquisas sobre o tema?

Não conheço pesquisas específicas, mas uma vez vi que um jornal publicou um anuncio, perdão mas não lembro mais qual jornal, recrutando pessoas “bonitas”. Na realidade a intenção seria a pesquisa em relação à como as pessoas enxergam a própria aparência. O que foi visto foi o comparecimento de pessoas portadoras de todas as características, desde as consideradas ideais pelas revistas e moda e beleza até aquelas pessoas com características bem diferentes.

E quando a mulher, por exemplo, precisa realmente mudar, mas não toma uma atitude, só se coloca para baixo, o que fazer?

É preciso identificar o por que de uma pessoa conhecer quais seriam suas necessidades e mesmo assim não ir em busca de soluções. Isso ocorre não apenas na mulher que gostaria de fazer ginástica ou melhorar a alimentação, também ocorre com, por exemplo, as pessoas que sabem que podem ser melhor sucedidas em seus empregos se aprenderem uma nova técnica, mas ainda assim mantem-se estáticas em seus lugares e não vão em busca de livros, cursos ou outras pessoas que poderiam ensina-lo.

Talvez algumas pessoas tenham dentro de si a crença de serem “inferiores” e com isso se auto boicotem deixando de realizar ações, aparentemente simples, que a colocariam em patamares mais elevados.

Talvez outras pessoas tenham dificuldades em lidar com mudanças, mesmo que sejam mudanças positivas.

Eu sei que para quem está de fora, simplesmente observando a pessoa que precisa mudar, que sabe o que fazer para mudar, mas simplesmente não sai do lugar pode surgir o desejo de alertar estas pessoa: “Ei faça assim, vá naquele lugar, comece este exercício simples...” Mas para quem não está pronto para realizar mudanças não adianta que lhe deem receitas prontas, a mudança começa sempre internamente.

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Dicas

Não acredito em dicas rápidas do tipo ”ame-se” possam ser aplicadas em situações onde haja complicações emocionais ou comportamentais mais profundas a ponto de prejudicar a saúde como um todo, mas considero esta dica muito importante:

Observe a si mesma e identifique se a insatisfação com o próprio corpo passou do limite que a impulsiona a busca de melhorias em si mesmo e chegou ao ponto de arriscar em medidas insalubres, ou se esta insatisfação poderia ser indício de sintomas de um quadro mais amplo como depressão por exemplo. Caso não consiga identificar ou superar sozinha procure ajuda de um profissional.

Consulte um psicólogo
Marisa de Abreu Alves | Psicóloga CRP 06/29493

*O material deste site é informativo, não substitui a terapia ou psicoterapia oferecida por um psicólogo.